terça-feira, 28 de junho de 2011

Paisagens fragmentadas - efeitos provocados nas florestas tropicais

Agência Museu Goeldi - Desmatamento, queimadas, caça. Esses fatores, decorrentes de ações antrópicas, contribuem não só para a fragmentação dos espaços florestais, processo agravado também pelas mudanças climáticas, mas para uma total transformação da biota nesses ambientes. Dr. Marcelo Tabarelli, da Universidade Federal de Pernambuco, abordou estes processos de mudança em sua palestra "Perturbações humanas transformam as florestas tropicais em paisagens fragmentadas de baixo valor para a conservação", no Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi, no dia 20 de maio. O evento fez parte da programação do Museu Goeldi para o Ano Internacional das Florestas.

A palestra, promovida pelo Goeldi e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia, estimulou a discussão sobre a fragmentação dos ambientes de floresta primária e a formação de florestas secundárias (aquelas decorrentes de perturbações humanas). As florestas secundárias perdem sua biodiversidade e a capacidade de prestar serviços ecossistêmicos que são importantes para o bioma e para as populações humanas que vivem ao seu redor.

A perda de biodiversidade nas florestas fragmentadas caracteriza-se pelo colapso de espécies que habitam os dosséis (copas das árvores), diminuição da biomassa, escassez de árvores de grande porte e pela proliferação de espécies pioneiras (que são mais adaptáveis ao meio). Segundo Tabarelli, “há na floresta um processo de retrogressão. Esse processo causa uma homogeneização em escala regional”, o que reduz o valor de conservação das florestas secundárias. Para reverter esse processo, é importante que haja o manejo desses ecossistemas para que a biodiversidade seja conservada.

Assista uma entrevista, dividida em duas partes, com Marcelo Tabarelli. Na primeira parte, ele explica o que são as florestas secundárias, sua importância e as conseqüências da perda da biodiversidade nesses ambientes.



Na segunda parte da entrevista, Tabarelli fala sobre a importância da conservação das florestas secundárias.



Marcelo Tabarelli é professor doutor da Universidade Federal de Pernambuco, chefe do Departamento de Botânica e coordenador do Comitê de Assessoramento de Ecologia do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq. É especialista em ecologia e conservação de plantas. Além de atividades de ensino e pesquisa, atua junto a diversas entidades de conservação da diversidade biológica, como a Conservação Internacional do Brasil.

Texto, fotos e vídeo: Paola Caracciolo

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